quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Minhas impressões - Syrah vs Shiraz

Boa degustação, porém abaixo da média de eventos recentes da WineStreet. Bom desempenho dos vinhos do Novo Mundo (à exceção do Casa Marin - surpresa negativa), na ausência de competidores à altura do outro lado do Atlântico. Um Hermitage poderia ter feito a diferença, já que o "Imitage", um Costières de Nîmes, não deu nem para o cheiro...

Well, well, dito isso vale lembrar do velho e bom preço. À exceção do Incognito, o restante era bem acessível, até mesmo o melhor vinho da noite, o Schild Estate, que a R$ 103 certamente vale a pena (imagine quando custa na Australia). Certamente um vinho bem agradável e que fará sucesso em um jantar com os amigos.

Outro ponto interessante foi o exagero de 15,8 graus de álcool do californiano Plumpjack...demais para meu gosto, já que a degustação de Amarones já foi...

Até a próxima...


domingo, 24 de outubro de 2010

Syrah vs Shiraz


Na última 5ª feira, dia 21, estivemos no Rosmarino, para mais uma excelente degustação da nossa agenda de 2010: Syrah vs Shiraz. O menu, como não podia deixar de ser, foi escolhido pelo nosso confrade Paulo Sampaio e estava excelente.

O menu harmonizou de forma excepcional com os vinhos degustados..

Couvert
Mini pães, grissini, pão sueco, pão integral com nozes, chèvre al huille e relish de pepino

Entrada
Salatone (saladão com verdes, cenoura, salsão, tomate e azeitonas)

Prato Principal
Peito de pato com amarena, couscous marroquino com legumes; ou
Filé mignon grelhado com redução de Porto com o rosti de batata e gruyère; ou
Risoto de cogumelos mistos

Sobremesas
As já tradicionas Pastiera de Grano, Tiramisù, Bavarese de Chocolate, Tarte Tatin, Creme Brulée e Torta de Maçã.

O ambiente e a comida estavam excelentes, como de costume.

A degustação contou com nove vinhos, sendo dois Australianos, dois Norte Americanos, um Italiano, um Francês, um Portugues, um Sul Africano, e por último um Chileno, com níveis alcoólicos variando entre 14,5 e 15,1%, exceto pelo Plumpjack 2007 que apresentou 15,8% e o Casa Marin com 12%.

A seguir uma breve descrição dos vinhos degustados:

Schild Estate 2005    
Produtor: Schild Estate           
País/Região: Australia/Barossa         
Graduação alcoolica: 14,5%  
           
Perbruno 2005          
Produtor: I Giusti & Zanza      
País/Região: Italia/Toscana  
Graduação alcoolica: 14%     
           
Incognito 2003          
Produtor: Cortes de Cima       
País/Região: Portugal/Alentejano     
Graduação alcoolica: 14.5%  
           
Mitchelton 2004       
Produtor: Mitchelton  
País/Região: Australia/Central Victoria        
Graduação alcoolica: 14.5%  
           
Les Pilier 2004           
Produtor: Michel Gassier       
País/Região: França/Costière de Nîmes        
Graduação alcoolica: 14%     
           
The Maverick 2005   
Produtor: Bellingham
País/Região: Africa do Sul/Costal Region     
Graduação alcoolica: 15%     
           
Shake Rattle Roll 2005         
Produtor: Red Car Wine         
País/Região: USA/Santa Maria          
Graduação alcoolica: 15.1%  
           
Plumpjack 2007        
Produtor: Plumpjack Winery  
País/Região: USA/Napa         
Graduação alcoolica: 15.8%  
           
Casa Marin Miramar 2008    
Produtor: Casa Marin 
País/Região: Chile/San Antonio         
Graduação alcoolica: 12%     

Vinhos degustados


Os vinhos degustados eram excelentes, porem com pouca evolução. O painel apresentou um nível bastante equilibrado, com as médias apresentando pequena variação, exceto pelos dois últimos vinhos que ficaram bastante distantes. O vinho que ficou em último lugar foi o Casa Marin 2008, com um forte aroma de madeira e bastante desiquilibrado, escolhido o pior vinho por 5 confrades e o segundo pior por outros 3.

O penúltimo vinho do painel, por mais incrível que possa parecer, foi o Incógnito 2003, que se mostrou curto e com um estranho aroma vegetal, tendo sido escolhido o pior  vinho por 3 confrades e o segundo pior por outros 2.

O Campeão da noite, foi o magnifico Schild Estate 2005, importado pela Decanter, que  arrebatou nada menos do que a preferência de 5 confrades, tendo sido escolhido segundo por outros 4. Com 1,4 pontos a menos, ficou o excelente Sul Africano, Bellingham - The Maverick 2005.


Vejam os resultados completos abaixo.


No nosso próximo encontro, no dia 18 de Novembro, quando degustaremos Chateauneuf du Pape. Até lá....

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Syrah vs Shiraz - Will the real red wine grape please stand up?


É hora de esclarecer um pequeno mal-entendido: Shiraz e Syrah são a mesma uva. Esta é uma daquelas coisas que podem confundir os bebedores novatos por anos. Acredite ou não, ninguém sabe realmente por que a uva tem dois nomes diferentes. Existem numerosos mitos, mas nenhum deles é verdadeiro, então eles realmente não importam. O que importa é a diferença entre os dois nomes e quando usá-los. Felizmente, é relativamente simples.

Syrah é o nome do velho mundo, e é usado quando se refere aos vinhos do Vale do Rhône, ou os vinhos feitos no mesmo estilo, como os da Califórnia. Shiraz é o nome dado no “novo mundo”, e principalmente para vinhos feitos em um estilo moderno, como os da Austrália.

SYRAH

Um pouco técnico demais? Digamos o seguinte: O Vale do Rhône é a região da França que definiu a uva, da mesma forma que Zeppelin e os Stones definiram o rock & roll.  Regiões como Hermitage e Côte-Rôtie são famosas ao redor do mundo, mas, como ingressos para ver os roqueiros clássicos, não são baratos. Os mais em conta estão dispersos ao redor do Vale do Rhône, mas são geralmente blends com outras uvas para amaciá-los. Cerca de 50 anos atrás, assim como a Beatlemania, a Syrah se estabeleceu.

A Califórnia faz agora grande quantidade deste vinho maravilhoso. Assim como a maioria dos “indie rock” modernos soa um pouco como Iggy Pop ou John Lennon, O Syrah da Califórnia tem definitivamente um charme francês, enquanto mantendo seu toque de modernidade. A Califórnia tambem mistura as mesmas uvas que os seus contrapartes franceses, criando uma visão moderna de um estilo clássico.

SHIRAZ

Principalmente utilizado na Austrália, o nome Shiraz é usado quando o estilo é um vinho “big”, “fat”, “juicy”, “in-your-face” e moderno. Esses produtores são roqueiros punk do mundo do vinho, e tem dado trabalho desde 1800. Embora a Austrália produza milhões de caixas de “Yellow Tail” e “The Little Penguin”, este é o trivial pop star do vinho. As vinícolas que "fazem apenas boa música", chamam menos atenção, mas fazem um vinho matador. Com equipamentos incrivelmente modernos e enólogos altamente treinados, eles estão produzindo vinhos simples e ousados, como as contribuições dos Pixies ou o início do Nirvana, para o rock moderno.

Você só precisa gostar do estilo "head-butt you and knock out a few teeth but buy you a drink afterward while you catcall the cute bartender".

Vinicolas em todo o mundo começam a imitar o estilo, incluindo lugares como Nova Zelândia, África do Sul e até mesmo algumas adegas na Califórnia.

Por Balliet TYLER

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O nome Shiraz

É chamada Syrah em seu país de origem, a França, bem como no resto da Europa, Argentina, Chile, Nova Zelândia, Uruguai e na maior parte dos Estados Unidos. O nome Shiraz tornou-se popular para essa variedade de uva na Austrália, onde  tem, já faz algum tempo, sido a variedade de pele escura mais cultivada. Na Austrália, foi também comumente chamada Hermitage até final dos anos 1980, porem, considerando-se que o nome é também uma denominação de origem protegida na França, esta prática de nomeação causou problemas em alguns mercados de exportação e foi descartada. O nome Shiraz para esta casta é também comumente usado na África do Sul e Canadá.

A uva também é conhecida por muitos outros sinônimos que são usados em várias partes do mundo, incluindo: Antourenein Noir, Balsamina, Candive, Entournerein, Hignin Noir, Marsanne Noir, Schiras, Sirac, Syra, Syrac, Serine e Sereine.

Parece que muitas das lendas da origem da Syrah vêm de um dos seus muitos sinônimos - Shiraz. Uma vez que há também uma cidade Iraniana chamada Shiraz, onde o famoso vinho Shirazi era produzido. Algumas lendas afirmam que a uva Syrah foi originada em Shiraz, e trazida para Rhône, o que tornaria a Syrah um sinonimo local francês e Shiraz, o nome próprio da variedade.

Há pelo menos duas versões significativamente diferentes do mito, dando conta de como a variedade foi supostamente trazida de Shiraz para o Rhône e elas divergem em até 1.800 anos. Em uma versão, os Phocaeans teriam trazido a Syrah/Shiraz para sua colônia em torno de Marselha (então conhecida como Massilia), fundada por volta de 600 AC. A uva deve, posteriormente, ter feito o seu caminho para o norte do Rhône, que nunca foi colonizado pelos Phocaeans. Não existe prova documental para apoiar esta lenda, e teríamos tambem que acreditar que a variedade mais tarde desapareceu da região de Marselha, sem deixar nenhum vestígio.

Em outra versão, a pessoa que trouxe a variedade de Rhône é inclusive nomeada, sendo o cruzado Gaspard de Stérimberg, que supostamente construiu a capela de Hermitage. Mesmo antes do advento da tipagem do DNA de uvas, houve vários problemas com essa lenda. Em primeiro lugar, não parece que foram realizadas investigações ampelográficas das uvas de Shiraz. Em segundo lugar, está documentado que o famoso vinho Shirazi era branco, descartando o uso de de uvas de pele escura, como Syrah, e não existem descrições conhecidas do sabor e características, indicando qualquer semelhança com os vinhos tintos do Rhône. Terceiro, é muito duvidoso que qualquer cruzado teria viajado tanto ao leste, até a Pérsia, uma vez que o cruzadas se concentraram sobre a Terra Santa.

A lenda ligação a Syrah com a cidade de Shiraz, no Irã pode, no entanto, ser de origem francesa. James Busby escreveu no diário de uma visita recente às principais vinhas da Espanha e da França que o livro de 1826 Œnologie Française, "afirmou que, de acordo com a tradição da região, a planta [Scyras] foi originalmente trazida de Shiraz na Pérsia, por um dos eremitas da montanha".

Como o nome Shiraz tem sido utilizado principalmente na Austrália nos tempos atuais, enquanto os documentos mais antigos australianos usam a palavra "Scyras", Especula-se (entre outros por Jancis Robinson) que o nome Shiraz foi na verdade criado a partir da reorganização de Scyras ("strinization").

No entanto, embora os nomes Shiraz e Hermitage gradualmente parecem ter substituído Scyras na Austrália a partir de meados do século 19, a ortografia Shiraz também foi documentada em fontes britânicas por volta de 1830. Assim, enquanto o nome ou grafia Shiraz pode ser um efeito do idioma Inglês em um nome francês, não há evidências de que ele realmente originou na Austrália, embora tenha sido definitivamente o uso na Austrália e pelos vinhos australianos que fizeram o uso desse nome popular.

Outras lendas

Outra lenda sobre a origem da variedade da uva, com base no nome Syrah, é que ela foi trazida de Syracuse pelas legiões do imperador Romano Probus algum tempo depois de 280 DC. Essa lenda também carece de provas documentais e é inconsistente com os achados ampelográficas.

Fonte: Wikipedia

domingo, 3 de outubro de 2010

Origem da Syrah

A Syrah tem uma longa história documentada na região do Rhône, Sudeste da França, mas não se sabia se ele tinha se originado na região. Em 1998, um estudo conduzido pelo grupo de pesquisa de Carole Meredith no Departamento de Viticultura e Enologia da Universidade da Califórnia, em Davis, usando a tipagem do DNA e extensivo material de referência da uva, da estação de pesquisa vitícola de Montpellier, na França, concluiu que a Syrah era resultado do cruzamento das castas Dureza (pai) e Mondeuse Blanche (mãe).


Dureza é uma uva de pele escura da região de Ardèche, na França, que praticamente desapareceu das vinhas. A preservação dessas variedades é uma especialidade de Montpellier. Mondeuse Blanche é uma variedade de uva branca cultivada na região de Savoie, e ainda hoje, encontrada em quantidades muito pequenas nos vinhedos da região. Ambas as variedades são um tanto obscuras atualmente, e nunca conseguiram fama ou popularidade similar à da Syrah, e não há registro dela terem sido cultivadas longe de sua casa atual. Assim, ambos os pais da Syrah vêm de uma área restrita no sudeste da França, muito perto do norte do Rhône. Baseado nestas descobertas, os pesquisadores concluíram que a Syrah é proveniente do norte do Rhône.

A tipagem de DNA não deixa margem para dúvidas sobre esta questão, e as inúmeras outras hipóteses de origem da uva, apresentadas ao longo dos anos, não trazem suporte documental ou investigações ampelográficas, seja por métodos de botânica clássica ou DNA . Em vez disso, eles parecem ter se baseado principalmente ou exclusivamente no nome ou sinônimos da variedade. Em função da variação ortografia de nomes de uva, especialmente para as variedades antigas, esta é, em geral, uma prova muito fraca. Apesar disso, origens como Syracuse ou a cidade iraniana de Shiraz têm sido propostas.

As informações de parentesco entretanto não revelam a idade da variedade de uva, ou seja, quando a polinização de uma vinha Mondeuse Blanche por Dureza ocorreu, criando a semente da planta Syrah original. No ano de 77 DC, Plínio, o Velho escreveu em sua Naturalis Historia sobre os vinhos de Vienne (que hoje seria chamado de Côte-Rôtie), onde o Allobroges produziu um famoso e apreciado vinho de uma casta de pele escura que não havia existido 50 anos antes, na época de Virgílio. Plínio chamou as videiras deste vinho Allobrogica, e especula-se que poderia ser o Syrah de hoje. No entanto, a descrição do vinho também se enquadra, por exemplo, na Dureza e a observação de Plínio que as videiras da Allobrogica eram resistentes ao frio não é totalmente consistente com Syrah.

Fonte: Wikipedia