terça-feira, 24 de setembro de 2013

Tintos do Alentejo

Na última 5ª feira, dia 19 de setembro, realizamos no Rosmarino mais uma degustação, desta vez de vinhos tintos Alentejanos, com a presença de apenas 6 confrades. Foram degustados 6 vinhos, de diversas safras (2002, 2005, 2006, 2007, 2008 e 2009). Desta vez o nosso menu foi escolhido pelo nosso confrade Alberto.

Couvert: Alheira, alem do já tradicional pão frances quentinho, patê de roquefort, manteiga e azeitona.

Entrada: Brandade de bacalhau com verdes

Prato principal: Arroz de pato

Sobremesa:  Ovos Nevados com calda aromática de baunilha ou a Torta de amêndoas, alem das demais do cardápio; Entremet de chocolate, Torta de nozes carameladas, Merengue de chocolate belga e avelãs, Carolinas de creme, Ovos nevados, Profiteroles, Terrine de Frutas, Tiramisú, Creme brulée, Pastiera di grano, Bavarese de chocolate e Tarte Tatin.

Apesar da casa estar lotada, o serviço, como de costume, foi impecável e a execução dos pratos excepcional.

A degustação contou com seis vinhos, com níveis alcoólicos variando entre 14% e 15%.



A seguir uma breve descrição dos vinhos degustados:

Mouchão Colheitas Antigas 2002                    
Produtor: Herdade do Mouchão             
País/Região: Portugal/Alentejo            
Graduação alcoolica: 14.5%                  
Uvas: Alicante Bouschet e Trincadeira                
Confrade: João Luis                 
                       
Herdade da Malhadinha 2006            
Produtor: Herdade da Malhadinha                     
País/Região: Portugal/Alentejo            
Graduação alcoolica: 15%                     
Uvas: Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Syrah e CS                
Confrade: Marcio                     
                       
Marques de Borba Reserva 2007                   
Produtor: J.Portugal Ramos                  
País/Região: Portugal/Alentejo            
Graduação alcoolica: 14%                     
Uvas: Aragonês, Trincadeira, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon                  
Confrade: Paulo                       
                       
Monte dos Cabaços Reserva 2005                  
Produtor: Margarida Cabaço                  
País/Região: Portugal/Alentejo            
Graduação alcoolica: 14.5%                  
Uvas: Touriga Nacional, Alicante Bouschet, CS e Syrah                
Confrade: Joubert                    
                       
Quinta do Carmo 2008           
Produtor: Bacalhoa Vinhos                    
País/Região: Portugal/Alentejo            
Graduação alcoolica: 14%                     
Uvas: Aragones, Trincadeira, Alicante Bouschet e CS                  
Confrade: Altman                    
                       
Cartuxa Reserva 2009            
Produtor: Eugenio de Almeida               
País/Região: Portugal/Alentejo            
Graduação alcoolica: 14.5%                  
Uvas: Alicante Bouschet e Aragones                   
Confrade: Alberto                    

Vinhos degustados


Alguns dos vinhos degustados, apesar de bastante alcoolicos se mostraram bem aromáticos: frutados com poucos aromas secundários e terciários, sendo que outros deixaram um pouco a desejar.

Nesta degustação, os resultados do nosso painel apresentaram, uma pequena amplitude de notas, em linha com as boas degustações do ano, sendo na média aparada de 3 pontos (de 87,5 a 90,5).

O vinho que ficou em último lugar foi o Quinta do Carmo 2008, produzido pela Bacalhoa Vinhos, na região do Alentejo, próximo a Extremoz, com 14% de alcool, escolhido o pior vinho por 2 confrades e o melhor por outro.

O segundo melhor vinho do painel, foi o Mouchão Colheitas Antigas 2002, produzido pela Herdade do Mouchão na região do Alentejo, em Casa Branca, com 14,5% de alcool, que apesar de ter sido o pior vinho para um confrade, foi escolhido o melhor vinho por outro.

O Campeão da noite, foi o Herdade da Malhadinha 2006, produzido pela própria Herdade da Malhadinha, na Região do Alentejo, na vila de Albernoa, próximo a Beja, com 15% de alcool, tendo sido escolhido o melhor vinho por dois contfrades e o segundo melhor por outros dois.



Vejam os resultados completos abaixo.


Não se esquecam que no dia 17/Outubro degustaremos Tintos da California. Até lá....

Não percam a próxima degustação.


domingo, 15 de setembro de 2013

Alentejo


O Alentejo é uma das maiores regiões vitivinícolas de Portugal, onde a vista se perde em extensas planícies que apenas são interrompidas por pequenos montes. Esta região quente e seca beneficiou de inúmeros investimentos no sector vitivinícola que se traduziu na produção de alguns dos melhores vinhos portugueses e consequentemente, no reconhecimento internacional dos vinhos alentejanos.

O Alentejo situa-se no sul de Portugal. É uma zona muito ensolarada permitindo a perfeita maturação das uvas e onde as temperaturas são muito elevadas no Verão, tornando-se indispensável regar a vinha.

O tipo de relevo predominante na região é a planície, apesar da região de Portalegre sofrer a influência da serra de São Mamede. As vinhas são plantadas nas encostas íngremes da serra ou em grandes planícies e em solos muito heterogéneos de argila, granito, calcário ou xisto. Apesar disso, a pouca fertilidade dos solos é um elemento comum a todos os solos.   

Grande parte dos 22000 hectares de vinha alentejana concentram-se nas oito sub-regiões da Denominação de Origem alentejana: Reguengos, Borba, Redondo, Vidigueira, Évora, Granja-Amareleja, Portalegre e Moura.

Na sub-região de Portalegre as vinhas são plantadas nas encostas graníticas da Serra de São Mamede, sofrendo a influência de um microclima (temperaturas são mais baixas devido à altitude). No centro do Alentejo situam-se as sub-regiões de Borba, Reguengos, Redondo e Évora que produzem vinhos bastantes similares. No sul alentejano (mais quente e seco) localizam-se as sub-regiões de Moura, Vidigueira e Granja-Amareleja.

No Alentejo há inúmeras castas plantadas, contudo umas são mais relevantes que outras (seja pela qualidade ou pela área plantada). As castas brancas mais importantes na região são a Roupeiro, a Antão Vaz e a Arinto. Em relação às castas tintas, salienta-se a importância da casta Trincadeira, Aragonez, Castelão e Alicante Bouschet (uma variedade francesa que se adaptou ao clima alentejano).

Os vinhos brancos DOC alentejanos são geralmente suaves, ligeiramente ácidos e apresentam aromas a frutos tropicais. Os tintos são encorpados, ricos em taninos e com aromas a frutos silvestres e vermelhos.     
            
Além da produção nas sub-regiões DOC, o Alentejo apresenta uma elevada produção e variedade de vinho regional. Os produtores optam, muitas vezes, por esta designação oficial que permite a inclusão de outras castas para além das previstas na legislação de vinhos DOC. Assim, é possível encontrar vinhos regionais produzidos com Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Syrah ou Chardonnay.

Hoje, o Alentejo tem um enorme potencial na produção vitivinícola, todavia a região nem sempre contou com o apoio das políticas agrícolas nacionais. Devido às especificidades do clima, solos pobres e estrutura agrária (grandes propriedades) as principais produções do Alentejo sempre foram os cereais, a oliveira, o carvalho e o gado. Durante as primeiras décadas do século XX, o governo tencionava fazer do Alentejo o “celeiro” de Portugal, por isso a cultura do milho foi amplamente divulgada. O vinho tinha uma importância diminuta e destinava-se essencialmente ao consumo local. A vinificação era realizada segundo os processos tradicionais herdados dos Romanos e a fermentação realizava-se em grandes ânforas de barro.

Nos anos 50, foi criada a primeira adega cooperativa da região com o objectivo de controlar a produção vinícola. No entanto, foi apenas nos anos 80 que o Alentejo se submeteu à grande revolução na produção vitivinícola. Demonstrando uma enorme capacidade de organização, os produtores alentejanos constituíram inúmeras associações, revitalizaram as cooperativas e encorajaram os produtores privados. Assim, o sector vitivinícola ganhou outra relevância, justificando a demarcação oficial da região em 1988.

Fonte: www.infovini.com